O surgimento de variantes e a dispersão do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) permanecem como grandes desafios às
políticas de saúde pública para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Estado de Minas Gerais. Tais variantes já foram associadas a mudanças
clínico-epidemiológicas relevantes como: maiores cargas virais durante a infecção, maior gravidade da manifestação da COVID-19 e mesmo, maior
chance de óbito. As variantes mais significativas na realidade brasileira até o momento são: alfa, originalmente identificada no Reino
Unido; gama, originalmente identificada em Manaus; zeta, originalmente descrita no Rio de Janeiro e, mais recentemente, a delta, originalmente identificada na Índia.
Em uma parceria entre o Laboratório de Biologia Integrativa (LBI) do ICB e Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade
de Medicina (NUPAD) ambos da UFMG, Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Fundação Ezequiel Dias e Prefeituras de Belo Horizonte, Betim e
Sete Lagoas, além do Hospital UNIMED de Betim, criamos os Observatórios de Vigilância Genômica (OViGen). Tratam-se de
projetos de monitoramento em tempo real das linhagens circulantes de SARS-CoV-2. Para acelerar o processo, combinamos a técnica de
genotipagem das mutações do gene da espícula viral (K417T, K417N, L452R, E484K, E484Q, N501Y, P681H e P681R), definidoras das variantes
de SARS-CoV-2, e o sequenciamento genômico total nas plataformas MiSeq (UFMG) e Ion Torrent (FUNED).
O estudo foi planejado com amostragem semanal capaz de identificar variantes de SARS-CoV-2 com frequência de pelo menos 12,5% na população.
Todas as variantes de SARS-CoV-2 caracterizadas, de acordo com a região geográfica, são comunicadas através de informes ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Ministério da Saúde (MS), Secretaria Estadual de Saúde e Prefeituras para ações de vigilância em saúde e controle da transmissão.
Este projeto conta com financiamento do MCTI, FINEP, CooLabs e FUNED.